Até onde pode chegar um planejamento de certas obras? Qual seria o objetivo de certas obras? Bem, o que esperamos é que elas tenham um sentido lógico em oferecer aos cidadãos um mínimo de utilidade, que seja prática, e ainda contribua para o urbanismo da cidade.
Não se trata de uma mera reclamação, mas de uma constatação. Cito como exemplo o Centro de Atendimento aos Turistas (CAT), na Praça Rachid Jaudy no centro da capital. Apesar da relevância histórica da praça, o local é dificultoso, sem visibilidade e com poucas vagas para estacionamento. Mas foi desta forma sem se preocupar em impulsionar a ida dos turistas ao local, foi concebido o CAT, pelo então prefeito Wilson Santos. A boa ideia não prosperou, envolvido pelo abandono, este espaço ficou camuflado e inexistente ao olhar da população cuiabana e principalmente dos turistas, e agora se encontra as moscas, ou melhor, virou abrigo para morcegos dentre outras espécies viventes.
O que seria uma obra arquitetada com grande possibilidade de atendimento turístico, não despertou a atenção nem mesmo do sucessor do antigo alcaide. Dito isto, refaço a pergunta; quem teria feito os estudos prévios deste espaço? Qual seriam suas intenções em construir exatamente ali o CAT, para recepcionar os turistas oriundos do interior, de outros estados e até do estrangeiro?
Como podemos constatar o local não era adequado para este tipo de empreendimento, pois durante o dia no horário comercial o acesso é quase impossível. A circulação de veículos é intensa, e durante a noite e finais de semana, fica ao ermo, totalmente despovoada, reduzindo as perspectivas de que alguns interessados em conhecer nossos potenciais turísticos deslocassem aquela praça (escondida e sem infraestrutura), para buscar informações.
Hoje vemos aquela bela estrutura, bem arquitetada e suave, entre as árvores sem vida e uma fonte seca e suja, e o pior sem saber o que será dela amanhã. Assim vejo esse abandono, como tantos outros que encontramos pela capital, alguns nem tão abandonados, como é o caso de algumas praças, áreas verdes (como o Morro da Luz); o Parque Mãe Bonifácia (que não teve continuação em seu projeto); O Parque Dante de Oliveira (que jamais saiu do papel); Parque Massairo Okamura, (sem manutenção adequada), e por último, o Museu do Morro da Caixa d’água Velha na Rua Comandante Costa, (esteve por dias com o mato tomando quase toda sua área), refletindo o abandono das entidades competentes.
Enfim, faltam mais responsabilidades para o dinheiro do cidadão, infelizmente, é uma prática da política brasileira, que ao passar o “bastão” da administração ao seu sucessor e o mesmo não sendo um dos seus partidários, as obras construídas ficam sem continuidade e/ou sem manutenção. Ressalvo este derradeiro caso, onde vice-prefeito desgarrou-se do seu antecessor ao ponto de nem mesmo manter viva uma de suas tantas obras, neste caso em destaque, o Centro de Atendimento aos Turistas, na Praça Rachid Jaudy, um abandono incontestável, que colocou em risco inclusive o papel de referência social e cultural de um Estado.
Lucélio Costa Lucélio Costa – Carioca de nascimento, Cidadão Cuiabano, Bacharel em Direito, Pós Graduado em Direito Agroambiental, Professor de Judô, Compositor, Ambientalista, Membro da ONG Garra