Colômbia é lanterninha em Copa ambiental

Colômbia é lanterninha em Copa ambiental

Nos gramados, a Colômbia vive um momento memorável. Mas quando a disputa vai para a arena ambiental, o país patina feio. Apesar de sua megabiodiversidade e ecossistemas riquíssimos, o modelo de desenvolvimento extrativista intensivo e extensivo dos últimos governos colocou o país numa rota de degradação de recursos naturais e conflitos de uso de terra e água.

A Colômbia ocupa o inglório segundo lugar em um ranking da Universidade Autônoma de Barcelona que mapeou conflitos ambientais em todo mundo, perdendo apenas para a Índia.

Entre os 72 casos de disputas em curso no país, há conflitos agrários relacionados à expansão agrícola, que afeta principalmente populações tradicionais de indígenas e camponeses, e colocam em risco áreas de conservação.

Há ainda diversas disputas por recursos hídricos e por reservas minerais.

O setor extrativista, principalmente atividades ligadas à ouro e carvão, responde por quase metade de todos esses conflitos.

Nos últimos anos, cerca de 65% dos produtos exportados no país foram do setor de mineração e energia (como combustíveis e derivados).

A quantidade e intensidade dos conflitos ambientais tem relação com o modelo de desenvolvimento extrativista dos governos recentes.

Os dois de Álvaro Uribe, por exemplo, respondem por 63% de todas as disputas em curso.

De 10º para 85º país mais verde – Problemas dessa grandeza afetam o desempenho ambiental do país como um todo.

Não à toa, a Colômbia aparece no 85º lugar no Environmental Performance Index (EPI), ranking bienal elaborado por uma equipe de especialistas das universidades americanas de Yale e de Columbia.

Mas há pouco mais de dez anos, o país era considerado um dos 10 mais verdes do mundo.

As variáveis que pesam na situação colombiana têm relação direta com o desmatamento e a poluição das águas – pelo menos metade de seus recursos hídricos têm problemas de qualidade.

Mas há outros, como o declínio da vida selvagem, a utilização abusiva de encostas, a erosão e contaminação de solos e a pesca excessiva. (Fonte: Exame.com)