A MORTE DO ELEFANTE DE PAPEL

14/11/2010 20:45

31 de agosto de 2010, o dia que Brasil perdeu um grande veículo de informação e uma parte da sua história. A última edição em papel do Jornal do Brasil deixa na imprensa nacional um vazio, morre mais um conceito da nossa histórica imprensa feita de bravos profissionais que resistiram as importantes épocas de transição brasileira. Mais uma vez, o que era para ser eterno vai deixando saudosos os leitores e jornalista aposentados ou ainda, os que se encontra em atividades. Lamentam e choram por esta paralisação agora definitiva do JB.  

 

O Jornal do Brasil que a muitos fez entender o que é um jornalismo sério, sem máculas, sem desvio de suas funções, por lá passaram os melhores jornalistas da imprensa brasileira que fizeram e ainda fazem de suas matérias um reserva moral de credibilidade e influência.

Com os seus 119 anos, muito dos quais, ali na Avenida Rio Branco, nascia este que viria ser um dos mais importantes periódicos dos cariocas e brasileiros em geral, pois o JB, era reconhecidamente um jornal de muitos brasileiros espalhados pelo país, juntamente com outros jornais de outros estados, nos dava garantias de uma boa leitura e credibilidade em suas páginas pela tudo isso motivados pela plêiade de grandes jornalistas que por lá fizeram de suas matérias transformando o JB em um grande jornal. Sempre premiado e laureado por tudo aquilo que fizera e escrevera em suas colunas ao longo do tempo.

A Logomarca que unia as duas letras “J e B” e um simpático elenfantinho na cor azul, patrocinou grandes movimentos esportivos e culturais na sociedade carioca e brasileira. Embrulhado no gigantismo das dívidas, o pequeno elefantinho virou um grande paquiderme vermelho, assustador e voraz, destruindo nossa história e muitos sonhos de seus funcionários e de seus leitores.

Embora continue no formato digital, e muitos de seus colunistas mantêm na ativa através dos seus sites e blogs, um jornal que foi considerado moderno para o seu tempo vai deixar mais que uma saudade, vai fazer falta nas bancas das nossas manhãs.

Ficam na história de nossas mentes, aquele monte de papéis que às vezes lhes encardiam as unhas, mas que a cada folheada de suas páginas nos levava a caminhos de bons textos. Cala-se o JB, gerando a carência do prazer de ler um jornal imprenso. Espero em breve ter a permissão de ler ou assistir em documentários, histórias relatadas pelos tantos bons jornalistas remanescentes do grande JB.

Lucélio Costa

 

 

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